Blog pedagógico para estudar, discutir e construir elementos indicadores dos processos de metacognição. Metacognição significa para além da cognição, ou seja, a competência de conhecer o próprio ato de conhecer, ou, em outras palavras, tomar consciência, analisar e avaliar como se conhece (RIBEIRO, 2003).
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Metacognição
23.5.05

ATIVIDADE 1

Introduziremos a proposta de atividades com uma reflexão sobre os conceitos de aprender, ensinar e avaliar. Esta proposta é uma adaptação feita a partir do texto Avaliando a avaliação no ensino de ciências, história e geografia, o qual foi escrito pela pesquisadora Jussara Hoffmann. O referido texto possui o objetivo de apresentar considerações, para alertar sobre a multidimensionalidade da tarefa de avaliar-se aprendizagens. A autora escreve:
Penso que esteja cada vez mais claro para os professores que não é possível se reduzir este compromisso ao simples preenchimento dos três pontinhos: o aluno aprendeu que... Não é preenchendo essa frase com itens de conteúdo (o aluno aprendeu que os mamíferos são classificados em selvagens e domésticos...) que iremos responder a tais perguntas com seriedade e significado. Também não se pode mais acreditar que se possa descrever e analisar o complexo processo de aprendizagem a partir de registros numéricos ou conceituais oriundos de um ou dois testes realizados pelos estudantes.
Para além da complexidade própria da avaliação da aprendizagem, é preciso levar em conta, igualmente, as múltiplas dimensões do ensino nas diferentes áreas do conhecimento. Assim, para que cada professor defina parâmetros de avaliação nas disciplinas de Ciências, História e Geografia, ele deverá refletir acerca das várias dimensões da prática pedagógica em cada uma dessas áreas de conhecimento. Torna-se necessário, assim, clareza e amplo conhecimento, para além do que significa "avaliar" e "aprender", sobre o que representa "aprender Ciências, História e Geografia" na contemporaneidade e em relação à população estudantil do nosso tempo.
Para melhor desenvolver o tema, ilustrarei essas considerações, em primeiro lugar, com alguns relatos de professores sobre práticas pedagógicas desenvolvidas na área de Ciências em salas de aula do Ensino Fundamental. Comentarei esses relatos, logo após, dando continuidade às considerações introdutórias:
Relato 1
(...) os alunos continuaram a responder um questionário sobre mitose, baseado nos textos preparados pela professora, que seria entregue e faria parte da nota bimestral. Sendo assim, os grupos se organizaram rapidamente e começaram a trabalhar. (...) Enquanto os alunos executavam a tarefa, a professora, em nenhum momento, percorreu os grupos para resolver possíveis dúvidas, parecendo não se importar com as dificuldades que a turma poderia apresentar ao responder o questionário. Tal postura assumida pela professora ficou mais clara quando a mesma comentou comigo que não se importava caso os alunos não estivessem trabalhando, porque ela acreditava que cada um é responsável por querer aprender e interessar-se pelo conteúdo. Durante o tempo em que a turma trabalhava, a professora contou-me que ela preparou os textos a partir de livros didáticos de 2º grau. Então, primeiramente, ela faz um questionário como forma de "forçá-los" a ler os textos; depois discute o conteúdo, dando ênfase aos aspectos mais importantes; e, finalmente, "retoma" o conteúdo com outro trabalho, que vale nota. Ao final de cada conteúdo, é feita uma prova
Relato 2
A partir do tema central - o lixo e suas problemáticas - várias outras questões foram levantadas, tanto por mim como pelo grupo. Questões sociais, ambientais e políticas foram abordadas. No entanto, percebi que, entre as mesmas, a que mais preocupava os alunos era a questão social. Dentre as questões levantadas pelos alunos, estavam as seguintes:
- Como uma família vai se preocupar em separar o seu lixo em orgânico e inorgânico e levá-lo até a lixeira, se a sua casa se localiza na beira de um valo e está quase despencando? Para ela, é mais fácil jogá-lo pela janela, ou dentro do arroio!
- Por que eu vou me levantar do banco do ônibus, ir até a lixeira para jogar o lixo fora, se é mais fácil para mim jogá-lo pela janela, ainda mais quando o ônibus está lotado?
- Como fazer educação ambiental num país onde os governantes não estão nem aí com isso?
- Por que vou deixar de jogar o lixo fora, se existem pessoas que dependem disso para se sustentar? Se não houver mais lixo, não precisa mais catadores?
(...) Questões como essas são difíceis de serem resolvidas, pois envolvem várias outras instâncias que, muitas vezes, não estão próximas de nós. Cada uma delas traz consigo questões sociais, econômicas, políticas e até pessoais. Questões delicadas de se tratar...
O leitor percebeu alguma diferença entre estes dois relatos? Quais as concepções sobre ensino e aprendizagem que se configuram em cada uma dessas cenas?
Registre seu pensamento no espaço “comentários”, podendo registrar semelhanças, diferenças, pensamentos. Caso precisar de ajuda, existem materiais disponíveis no espaço links.


Anonymous Anônimo escreveu...
GRUPO ALFA: De imediato, idenfificamos duas concepções de conhecimento: formal (relato 1) e informal (relato 2). O primeiro está vinculado a um conhecimetno sistematizado (tradicional) e o segundo está vinculado ao senso comum e ao dia a dia (problematização).

A primeira situação remete para a aprendizagem de conceitos sistematizados, tradicionais e, em tese, cientificamente válidos. Uma das características do conhecimento sistematizado é que se encontra, no mais das vezes, distante da vivência do aluno.

A Segunda situação trata de uma problematização de uma temática presente na comunidade e na vida do educando.

Tais diferenças trazem implicações para os processos de aprendizagem.  

Anonymous Anônimo escreveu...
Tanise:
Primeiramente gostaria de justificar a impossibilidade de eu participar desse encontro presencial, pois estava em Joinville apresentando um trabalho, contudo estou acompanhando as colocações dos colegas e deixando a minha também!
Os dois relatos apresentam diferenças significativas, tanto na postura dos discentes. como dos docentes.
No primeiro relato, mostra a despreocupação do professor em problematizar as questões apresentadas, e a excessiva importância para o produto final – questionário pronto ao ser entregue pelos alunos. A professor não acompanha e logo não considera, a evolução do grupo, as discussões ocorridas e o envolvimento de cada um. Percebo, também, que na atividade desenvolvida a ênfase é dada somente aos conteúdos conceituais, deixando de lado os atitudinais e procedimentais que são tão importantes quanto os conceituais.
O segundo relato, apresenta a inquietação da professora com sua prática pedagógica, diante dos questionamentos propostos pelos alunos levando-a refletir sobre esses aspectos. A professora salienta que o conteúdo ‘escolar’despertar o interesse dos alunos quando tem algum significado direto e imediato para os alunos, ou seja quando os conteúdos estão contextualizados e problematizados em uma realidade próxima. Trabalhar a Educação Ambiental (EA) requer ir além do saber conceitual e de uma só área do saber, visto que os problemas ambientais geralmente o complexos e para serem interpretados e compreendidos requerem saberes de diversas áreas do saber. Uma das premissas da EA, apontada pelo autos Marcos Reigota (2001), é a necessidade de pensar globalmente e agir, principalmente, localmente, a partir de um contexto próximo, as conseqüências, as soluções e as implicações são vivenciadas e as ações se tornam visíveis e imediatas.  

Anonymous Anônimo escreveu...
Primeiramente gostaria de justificar a impossibilidade de eu participar desse encontro presencial, pois estava em Joinville apresentando um trabalho, contudo estou acompanhando as colocações dos colegas e deixando a minha também!
Os dois relatos apresentam diferenças significativas, tanto na postura dos discentes. como dos docentes.
No primeiro relato, mostra a despreocupação do professor em problematizar as questões apresentadas, e a excessiva importância para o produto final – questionário pronto ao ser entregue pelos alunos. A professor não acompanha e logo não considera, a evolução do grupo, as discussões ocorridas e o envolvimento de cada um. Percebo, também, que na atividade desenvolvida a ênfase é dada somente aos conteúdos conceituais, deixando de lado os atitudinais e procedimentais que são tão importantes quanto os conceituais.
O segundo relato, apresenta a inquietação da professora com sua prática pedagógica, diante dos questionamentos propostos pelos alunos levando-a refletir sobre esses aspectos. A professora salienta que o conteúdo ‘escolar’despertar o interesse dos alunos quando tem algum significado direto e imediato para os alunos, ou seja quando os conteúdos estão contextualizados e problematizados em uma realidade próxima. Trabalhar a Educação Ambiental (EA) requer ir além do saber conceitual e de uma só área do saber, visto que os problemas ambientais geralmente o complexos e para serem interpretados e compreendidos requerem saberes de diversas áreas do saber. Uma das premissas da EA, apontada pelo autos Marcos Reigota (2001), é a necessidade de pensar globalmente e agir, principalmente, localmente, a partir de um contexto próximo, as conseqüências, as soluções e as implicações são vivenciadas e as ações se tornam visíveis e imediatas.  

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