Blog pedagógico para estudar, discutir e construir elementos indicadores dos processos de metacognição. Metacognição significa para além da cognição, ou seja, a competência de conhecer o próprio ato de conhecer, ou, em outras palavras, tomar consciência, analisar e avaliar como se conhece (RIBEIRO, 2003).
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Metacognição
27.5.05

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Eliana Rela
Mercedes Lusa Manfredini
23.5.05

METACOGNIÇÃO

O ENSINO, A APRENDIZAGEM E A METACOGNIÇÃO
ESTE Blog pedagógico SE DESTINA A PROFESSORES/ALUNOS DE LICENCIATURAS.
TEM POR OBJETIVO estudar, discutir e LEVANTAR indicadores SOBRE O CONHECIMENTO REFERENTE Aos processos de metacognição.
Bem – vindos ao nosso blog da oficina de Metacognição. Somos docentes e pesquisadoras do Núcleo de Educação a Distância da Universidade de Caxias do Sul.
Estamos estudando o conceito de Metacognição e convidamos professores e futuros professores a cooperar conosco nas reflexões sobre esse conceito.

NOSSO CENÁRIO DE APRENDIZAGEM

Os paradigmas de avaliação utilizados até recentemente, no campo da educação no Brasil, estão sofrendo modificações. A forma anterior de testar os alunos não satisfaz mais aos educadores. Freire compara o processo avaliativo com uma “relação bancária”, o professor deposita informações prontas e os estudantes devem “reproduzir” o conhecimento que recebeu. (Freire, 1996)Tentando avançar em novos paradigmas, a auto-avaliação é compreendida como a forma pela qual o sujeito será estimulado a acompanhar seu próprio crescimento, usando-se para tal auto-avaliações sistemáticas, que o ajudarão a perceber, a discutir e a superar suas dificuldades e fracassos.A eficácia da aprendizagem não é dependente apenas da idade, experiência e nível intelectual, mas também da construção de estratégias cognitivas e metacognitivas que possibilitem ao sujeito planejar e monitorar o seu desempenho escolar, isto é, que permitem a tomada de consciência dos processos que utiliza para aprender e a tomada de decisões apropriadas sobre que estratégias utilizar em cada tarefa e, ainda, avaliar a sua eficácia, alterando-as quando não produzem os resultados desejados (Silva & Sá, 1993).Nesta perspectiva, para aprender é preciso aprender como fazer para aprender, que não basta fazer e saber, mas é preciso saber como se faz para saber e como se faz para fazer (Grangeat, 1999). A metacognição pode, então, ser vista como a capacidade chave de que depende a aprendizagem, certamente a mais importante: aprender a aprender, o que por vezes não tem sido contemplado pela escola.

CONSTRUA CONOSCO

Para construir o processo proposto nas atividades pode-se formar grupos com até quatro componentes. Discutir as atividades e depois publicar a socialização do resultado das propostas

ATIVIDADE 1

Introduziremos a proposta de atividades com uma reflexão sobre os conceitos de aprender, ensinar e avaliar. Esta proposta é uma adaptação feita a partir do texto Avaliando a avaliação no ensino de ciências, história e geografia, o qual foi escrito pela pesquisadora Jussara Hoffmann. O referido texto possui o objetivo de apresentar considerações, para alertar sobre a multidimensionalidade da tarefa de avaliar-se aprendizagens. A autora escreve:
Penso que esteja cada vez mais claro para os professores que não é possível se reduzir este compromisso ao simples preenchimento dos três pontinhos: o aluno aprendeu que... Não é preenchendo essa frase com itens de conteúdo (o aluno aprendeu que os mamíferos são classificados em selvagens e domésticos...) que iremos responder a tais perguntas com seriedade e significado. Também não se pode mais acreditar que se possa descrever e analisar o complexo processo de aprendizagem a partir de registros numéricos ou conceituais oriundos de um ou dois testes realizados pelos estudantes.
Para além da complexidade própria da avaliação da aprendizagem, é preciso levar em conta, igualmente, as múltiplas dimensões do ensino nas diferentes áreas do conhecimento. Assim, para que cada professor defina parâmetros de avaliação nas disciplinas de Ciências, História e Geografia, ele deverá refletir acerca das várias dimensões da prática pedagógica em cada uma dessas áreas de conhecimento. Torna-se necessário, assim, clareza e amplo conhecimento, para além do que significa "avaliar" e "aprender", sobre o que representa "aprender Ciências, História e Geografia" na contemporaneidade e em relação à população estudantil do nosso tempo.
Para melhor desenvolver o tema, ilustrarei essas considerações, em primeiro lugar, com alguns relatos de professores sobre práticas pedagógicas desenvolvidas na área de Ciências em salas de aula do Ensino Fundamental. Comentarei esses relatos, logo após, dando continuidade às considerações introdutórias:
Relato 1
(...) os alunos continuaram a responder um questionário sobre mitose, baseado nos textos preparados pela professora, que seria entregue e faria parte da nota bimestral. Sendo assim, os grupos se organizaram rapidamente e começaram a trabalhar. (...) Enquanto os alunos executavam a tarefa, a professora, em nenhum momento, percorreu os grupos para resolver possíveis dúvidas, parecendo não se importar com as dificuldades que a turma poderia apresentar ao responder o questionário. Tal postura assumida pela professora ficou mais clara quando a mesma comentou comigo que não se importava caso os alunos não estivessem trabalhando, porque ela acreditava que cada um é responsável por querer aprender e interessar-se pelo conteúdo. Durante o tempo em que a turma trabalhava, a professora contou-me que ela preparou os textos a partir de livros didáticos de 2º grau. Então, primeiramente, ela faz um questionário como forma de "forçá-los" a ler os textos; depois discute o conteúdo, dando ênfase aos aspectos mais importantes; e, finalmente, "retoma" o conteúdo com outro trabalho, que vale nota. Ao final de cada conteúdo, é feita uma prova
Relato 2
A partir do tema central - o lixo e suas problemáticas - várias outras questões foram levantadas, tanto por mim como pelo grupo. Questões sociais, ambientais e políticas foram abordadas. No entanto, percebi que, entre as mesmas, a que mais preocupava os alunos era a questão social. Dentre as questões levantadas pelos alunos, estavam as seguintes:
- Como uma família vai se preocupar em separar o seu lixo em orgânico e inorgânico e levá-lo até a lixeira, se a sua casa se localiza na beira de um valo e está quase despencando? Para ela, é mais fácil jogá-lo pela janela, ou dentro do arroio!
- Por que eu vou me levantar do banco do ônibus, ir até a lixeira para jogar o lixo fora, se é mais fácil para mim jogá-lo pela janela, ainda mais quando o ônibus está lotado?
- Como fazer educação ambiental num país onde os governantes não estão nem aí com isso?
- Por que vou deixar de jogar o lixo fora, se existem pessoas que dependem disso para se sustentar? Se não houver mais lixo, não precisa mais catadores?
(...) Questões como essas são difíceis de serem resolvidas, pois envolvem várias outras instâncias que, muitas vezes, não estão próximas de nós. Cada uma delas traz consigo questões sociais, econômicas, políticas e até pessoais. Questões delicadas de se tratar...
O leitor percebeu alguma diferença entre estes dois relatos? Quais as concepções sobre ensino e aprendizagem que se configuram em cada uma dessas cenas?
Registre seu pensamento no espaço “comentários”, podendo registrar semelhanças, diferenças, pensamentos. Caso precisar de ajuda, existem materiais disponíveis no espaço links.

ATIVIDADE 2

A segunda proposição é uma estratégia de ordem conceitual. Para estimular a reflexão e a análise solicitamos que acessem o site www.navegamundo.com.br, naveguem pela história “O tesouro perdido das missões”. A história apresenta, de forma transversal, conceitos como pluriculturalidade, patrimônio, preservação, cultura material, entre outros. Procurem observar, analisar e refletir sobre a concepção de educação e de aprendizagem aplicada na história. Será muito importante observar se o percurso da história oportuniza ao aluno saber se está aprendendo tais conceitos. Registre, em forma de síntese reflexiva, no espaço “comentários” suas reflexões acerca da situação problema.
Entenda por síntese reflexiva o registro do processo de mobilização de recursos cognitivos confrontados em uma situação a fim de produzir uma ação adequada. (Perrenoud, 2001)

ATIVIDADE 3

Tendo como base suas observações, reflexões e analises sobre a história “O tesouro perdido das missões”, proponha uma estratégia a partir da qual os leitores possam saber se estão aprendendo os conceitos propostos pela história.

ATIVIDADE 4

Ao buscar resoluções aos desafios propostos vocês realizaram o seguinte percurso:
Na primeira proposta revisaram os significados de ensinar, aprender e avaliar. Na segunda proposta observaram a relevância entre a informação e o objeto construído. Na terceira aplicaram o significado entre a integração e a reconstrução das metáforas. Estas etapas caracterizam um processo para metacognição. Para completá-lo desenvolvam um mapa com os conjuntos conceituais do que você aprendeu até aqui, estabelecendo as relações hierárquicas entre eles. Publiquem no Rooda, aba Produções.

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